sexta-feira, 26 de junho de 2009

Brasileira relembra como foi trabalhar com Michael Jackson

Convidada pelo diretor, Angélica gravou abertura de clipe do cantor.
Ela diz que ele tinha uma voz fina e parecia frágil.


Angélica nunca se esqueceu daquele encontro na tarde de 1993. Convidada pelo diretor Spike Lee, a brasileira que vive em Nova York emprestou a voz para abrir o clipe que Michael Jackson gravou no Brasil: "They don't care about us". "Eles não ligam pra gente, Michael", dizia.

A voz foi gravada no estúdio e ela recebeu uma visita surpresa do próprio Michael Jackson, e diz que ele tinha uma voz fina, parecia frágil.

Nem todos os fãs tiveram o privilégio de um contato tão próximo com o cantor, mas não faz diferença. O estilo e os refrões de Michael Jackson embalaram o luto da nação americana.

A casa simples em Gary, no estado de Indiana, onde Michael Jackson nasceu, amanheceu coberta de flores, presentes. No rancho Neverland, a Terra do Nunca, mais flores e velas. Lembranças também na calçada da fama, em Los Angeles, e na casa da família do rei do pop, na cidade de Encino, na Califórnia.

Elizabeth Taylor, a melhor amiga, disse que está absolutamente devastada. Liza Minelli declarou: “Ele era um homem maravilhoso”. A primeira mulher de Michael, Lisa Marie Presley, filha de Elvis, disse estar com o coração partido. No Congresso americano, um minuto de silêncio. Na Times Square, em Nova York, desde ontem, milhares de fãs de olhos grudados nos telões.

E no Harlem, o lendário teatro Apollo, templo de astros da black music, reverência a Michael Jackson. Foi ali que ele fez uma das primeiras aparições da carreira, ainda ao lado dos irmãos. O grupo Jackson 5 ganhou uma noite de calouros. Michael só tinha nove anos.

Mais de quarenta anos se passaram e Michael Jackson voltou a ser a estrela do teatro Apollo. Por lá, só se ouvia o som dele, numa demonstração clara do amor de todos os fãs. A trilha sonora era a mesma no som alto dos carros, que paravam o trânsito.

A declaração de amor, a coreografia solitária, o gesto repetido tantas vezes, no chão, mensagens de saudade eterna. Uma fã, emocionada, diz que sente pelos três filhos que ficaram sem pai. Para outra, Michael está lá em espírito e vai viver para sempre. Uma mulher resume o sentimento da multidão: "Perdemos alguém da família. Se Michael soubesse como era amado por todas essas pessoas, ele não teria morrido".

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